II Guerra Mundial e o ataque Japonês a Pearl Harbor

 

 

Pearl Harbor: os Americanos sabiam

 

Não era uma simples suspeita mas algo mais: só que faltavam as provas.

Agora um documento de 20 páginas que os serviços de intelligence da Marinha dos Estados Unidos libertaram é publicado no livro December 1941: 31 Days that Changed America and saved the World do historiador Craig Shirley.

Setenta anos após o ataque japonês contra a base da frota americana em Pearl Habor, Hawaii,  o documento revela de forma clara que os serviços de espionagem dos EUA tinham sido amplamente informados acerca dos preparativos dos Japoneses. Pearl Harbor não foi uma surpresa, bem pelo contrário.


No documento, os analistas da Marinha de Washington escreveram especificamente que "o Japão está activamente a servir-se de cada canal utilizável para recolher informações militares, marítimas e comerciais com foco na Costa Oeste, no Canal do Panamá e nas ilhas Hawai". Acrescenta também que a marinha japonesa estava a recolher "informações técnicas detalhadas" sobre as instalações militares dos EUA.

O historiador, pessoa que não pode ser suspeita de simpatias "conspiracionistas" sendo um membro da historiografia conservadora norte-americana, conclui que eram muitas as peças do quebra-cabeça conhecidas pela Administração de Roosevelt administração, proporcionando assim mais uma prova em apoio da tese pela qual os líderes políticos e militares dos Estados Unidos estavam cientes dos preparativos de guerra.

O que fica demonstrado é que os Americanos sabiam dos esforços japoneses para preparar a entrada em guerra, sabiam da recolha das informações e conheciam os possíveis alvos, entre os quais a base da Marinha Militar no Pacífico.

Simplesmente, optaram por apoiar o ataque "surpresa" dos Japoneses, única maneira para motivar um País que maioritariamente encontrava-se inclinado para a neutralidade.

O novo documento junta-se aos outros já conhecidos, entre os quais o famoso memorando McCollum. O Tenente Comandante Arthur H. McCollum, chefe militar da área do Extremo Oriente, em 07 de Outubro de 1940 recomendava oito acções que "destinadas a incitar um ataque japonês contra as forças terrestres, navais e áreas americanas nas Hawaii, como também dos postos avançados holandeses na região do Pacífico" (Robert Stinnett, Day of Deceit: The Truth About FDR and Pearl Harbor, 2001).


É uma técnica  repetida várias vezes na história militar dos Estados Unidos: criar provocações e estrategias sofisticadas para envolver a opinião pública, geralmente pouco propensa a entrar em guerras.

Mas perante dois arranha-céu abatidos em New York, quem pode resistir?
A História, sempre ela...